Negativa por “falta de previsão no rol” em OPME

Materiais OPME não listados no rol da ANS
Materiais OPME usados em cirurgias, mesmo fora do rol da ANS.

Uma das negativas mais usadas pelos planos de saúde em casos de próteses, órteses e materiais especiais (OPME) é a famosa frase: “não há previsão no rol da ANS”. Apesar de comum, essa justificativa quase sempre é indevida.

O rol da ANS não limita o tratamento prescrito pelo médico

O rol define coberturas mínimas, não máximas. Ele nunca substitui a avaliação do médico que acompanha o paciente. Assim como em outras negativas abusivas, já analisadas na página de negativa de tratamento, a indicação clínica prevalece sobre restrições administrativas.

Quando o procedimento exige determinada prótese ou órtese e o médico justifica sua necessidade, o plano não pode negar o material apenas porque ele não está listado no rol.

O que a Justiça entende sobre OPME fora do rol

Os tribunais são firmes:
• a operadora não pode substituir o item indicado por outro menos adequado
• ausência no rol não autoriza negativa quando a OPME é essencial
• materiais que integram o procedimento devem ser cobertos
• restrições do rol não podem comprometer a recuperação

Essa lógica também aparece em casos envolvendo itens de alto custo, como vimos em conteúdos sobre medicamentos de alto custo.

Quando a negativa por rol é claramente abusiva

A recusa é abusiva quando:
• a OPME é essencial ao sucesso da cirurgia
• o modelo indicado é o único compatível com o quadro clínico
• há risco de sequelas sem o material
• o médico fundamenta tecnicamente a indicação
• o plano tenta impor um material inferior
• o procedimento depende daquele item específico

Essas situações são semelhantes às negativas abordadas em temas como tratamento contínuo negado, onde a operadora tenta limitar tratamentos indispensáveis.

O relatório médico desmonta a negativa

Para contestar a recusa baseada no rol, o relatório deve conter:
• indicação técnica da OPME
• justificativa do modelo específico
• riscos sem o material
• urgência da cirurgia
• exames e laudos que comprovem necessidade

Um relatório claro reforça a probabilidade de concessão de liminar.

Quando cabe liminar, mesmo com item fora do rol

Quando existe urgência, risco de agravamento ou cirurgia marcada, a liminar costuma ser concedida rapidamente. Muitos juízes determinam a cobertura da OPME em 24 a 72 horas.

O que fazer após a negativa

Reúna:
• relatório médico completo
• negativa por escrito
• exames
• orçamento ou ficha técnica da OPME
• pedido cirúrgico

Com esses documentos, é possível exigir administrativamente ou judicialmente o fornecimento do material.

Quando buscar ajuda jurídica especializada

Negativas baseadas no rol são comuns, mas não devem atrasar seu tratamento. Saiba como funciona o atendimento em Direito da Saúde, especialmente para reverter recusas envolvendo OPME.

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