Negativa de internação: o que fazer e como resolver rápido

“Equipe médica conduz paciente desacordado em maca por corredor de hospital, indicando situação de emergência de internação.”
Situações de urgência exigem internação imediata, e a negativa do plano de saúde nessas condições costuma ser ilegal.

A internação hospitalar é um dos serviços mais essenciais do plano de saúde. Por isso, a recusa injustificada é considerada prática abusiva pelos tribunais, especialmente em casos de urgência ou risco imediato à saúde.

Quando a operadora alega “carência”, “estabilidade do quadro” ou “ausência de cobertura”, a recusa deve ser analisada com cuidado. Muitos desses argumentos violam normas da ANS e decisões consolidadas na Justiça.

Se quiser entender como a internação se conecta ao direito ao tratamento como um todo, consulte o guia de negativas de tratamento que explica como exigir terapias essenciais.


Urgência e emergência: cobertura obrigatória

Nas situações de urgência ou emergência, o plano deve autorizar a internação imediatamente, mesmo durante períodos de carência para internação eletiva.

Configura urgência/emergência:

  • Dor aguda intensa
  • Acidentes
  • Hemorragias
  • Risco de morte
  • Agravamento súbito de doença crônica

Quando o paciente precisa permanecer internado, mas o plano tenta transferi-lo sem critérios clínicos, consulte também o guia sobre home care, que explica quando a alta hospitalar com suporte domiciliar é obrigatória.


Quando a negativa é ilegal

A recusa geralmente é abusiva quando o plano afirma:

  • “Quadro estável.” Quem decide é o médico, não a operadora.
  • “Carência.” Carência não vale em urgência/emergência.
  • “Hospital fora da rede.” Deve haver alternativa acessível e imediata.
  • “Sem cobertura para UTI.” UTI é parte inseparável da internação.

Se a negativa envolve internação para uso de medicamento específico, consulte o guia de medicamentos de alto custo, que trata de situações frequentes em terapia oncológica e imunológica.


UTI e procedimentos indispensáveis

Quando a internação é autorizada, mas a UTI é negada, isso coloca o paciente em risco grave e é considerado abuso evidente.

UTI envolve:

  • Suporte ventilatório
  • Monitoração contínua
  • Regulagem medicamentosa
  • Intervenção imediata em instabilidade

Recusar UTI enquanto autoriza a internação equivale a oferecer um tratamento pela metade.


Documentos que aceleram a liberação

Para resolver a recusa rapidamente:

  • Relatório médico completo, com quadro clínico e risco
  • Pedido formal de internação
  • Negativa escrita da operadora
  • Exames e laudos recentes
  • Protocolos de atendimento e números de registro

Esses documentos são a base para liminares concedidas em horas nos casos urgentes.


Quando cabe liminar

A liminar costuma ser concedida quando:

  • Há urgência ou risco de morte
  • A negativa é injustificada ou genérica
  • O relatório médico aponta necessidade imediata
  • A operadora ignora normas da ANS

Se houver agravamento da saúde por causa da recusa, analise também o material sobre erro médico, especialmente no que diz respeito a responsabilidade civil por omissão ou atraso.


Conclusão

A internação é um direito fundamental previsto na legislação e protegido pelos tribunais. Com relatório completo, documentação organizada e estratégia jurídica consistente, é possível reverter a negativa e garantir atendimento rápido e seguro.


Links institucionais