
O registro em carteira é um dos principais pilares de proteção ao trabalhador. Ele garante acesso a direitos essenciais como FGTS, férias, 13º salário, INSS, seguro-desemprego e estabilidade em situações específicas. Quando a empresa deixa de registrar o empregado, paga valores “por fora” ou formaliza contratos irregulares, ocorre violação direta da legislação trabalhista.
Este guia explica como funciona o registro correto, quando é necessário buscar o reconhecimento judicial do vínculo e como identificar fraudes comuns.
Frequentemente, a falta de registro também vem acompanhada de verbas não pagas, tema detalhado no pilar Direitos Trabalhistas e Verbas Não Pagas.
Em alguns casos, o trabalhador pode ser dispensado irregularmente sem registro, situação analisada com profundidade no pilar
Estabilidade, Demissão e Rescisão Trabalhista.
1. A importância do registro em carteira (CTPS)
O registro garante direitos fundamentais:
- FGTS
- INSS
- Férias + 1/3
- 13º salário
- Jornada controlada
- Benefícios previdenciários
- Proteção contra demissão irregular
Sem registro, o trabalhador fica desamparado — e a empresa comete infração grave.
2. Situações que configuram vínculo empregatício
Mesmo sem carteira assinada, há vínculo quando existem:
- Pessoalidade
- Habitualidade
- Subordinação
- Onerosidade
Se esses quatro elementos estão presentes, a Justiça reconhece o vínculo e obriga o empregador a regularizar todo o período.
3. Trabalho “por fora” e pagamentos irregulares
Situações comuns:
- Pagamento sem recibo
- Salário informal
- Comissões não declaradas
- FGTS não depositado
- Contrato “de fachada” (PJ, estagiário, MEI sem características reais da função)
Essas práticas costumam gerar grandes diferenças de verbas, conectando-se diretamente ao pilar
Direitos Trabalhistas e Verbas Não Pagas.
4. Contratos fraudulentos: PJ, MEI e cooperativas
A empresa não pode mascarar a relação trabalhista usando:
- PJ ou MEI “forçados”
- Cooperativas inexistentes
- Contratos temporários sucessivos
- Falsos estágios
Quando há fraude, o trabalhador tem direito ao reconhecimento do vínculo e todas as verbas correspondentes.
5. FGTS: como identificar e comprovar irregularidades
O FGTS deve ser depositado mensalmente.
É possível verificar no aplicativo FGTS se há:
- Meses sem depósito
- Valores incompletos
- Saques indevidos
- Divergências entre salário real e registrado
A ausência de FGTS gera direito à cobrança retroativa de todo o período.
6. Provas que ajudam a demonstrar o vínculo
- Conversas com superiores
- Escalas e folhas de ponto
- Acesso a sistemas internos
- Uso de uniforme
- Ordens diretas de chefia
- Testemunhas
- Holerites parciais
- Prints e e-mails profissionais
Essas provas frequentemente são decisivas para ações trabalhistas.
7. Consequências do não registro para o trabalhador
A falta de registro impede:
- Seguro-desemprego
- Benefícios do INSS
- Aposentadoria
- Afastamento remunerado por doença
- Depósitos de FGTS
E ainda prejudica a comprovação de tempo de serviço.
8. Quando procurar ajuda jurídica
Situações que exigem orientação:
- Trabalho sem registro
- FGTS não depositado
- Contrato PJ ou MEI fraudulento
- Salário pago parcial ou “por fora”
- Recusa da empresa em regularizar o vínculo
- Demissão sem pagamento das verbas
A orientação pode ser solicitada pela landing page, pelo Instagram ou de forma rápida via WhatsApp.