Home care: quando plano deve fornecer internação domiciliar

“Cenário de home care com leito preparado, equipamento respiratório e paciente segurando caixa de tratamento domiciliar.”
Atendimento home care: quando há indicação médica, o plano de saúde é obrigado a fornecer equipe, insumos e equipamentos.

O home care é a forma de internação domiciliar indicada para pacientes que precisam de cuidados contínuos, mas que podem receber esse suporte em casa com segurança.
Quando há prescrição médica detalhada e necessidade clínica, a negativa costuma ser abusiva.

Para compreender melhor o panorama geral das recusas e como elas se conectam à cobertura obrigatória, vale revisar o [guia completo sobre negativas de tratamento], que explica quando a operadora deve custear terapias essenciais.


O que é home care (de verdade)

O home care é internação, não simples “assistência domiciliar”.
Internação domiciliar envolve:

  • Enfermagem 12h ou 24h
  • Fisioterapia
  • Fonoaudiologia
  • Nutrição
  • Equipamentos, insumos e medicamentos
  • Monitoramento contínuo
  • Acompanhamento médico regular

Quando a operadora tenta substituir home care por “cuidador” ou “visitas ocasionais”, está descaracterizando o tratamento indicado.

Nos casos em que o paciente precisa de reabilitação intensiva ou materiais específicos, isso pode se relacionar a OPME; entenda no guia sobre próteses e órteses quando o plano também deve fornecer esses itens.


Quando o plano deve fornecer home care

A cobertura costuma ser obrigatória quando:

  • O médico indica internação domiciliar formalmente
  • O paciente tem risco se permanecer sem cuidado contínuo
  • A desospitalização oferece melhor resultado clínico
  • A internação hospitalar não é mais necessária, mas os cuidados intensivos ainda são

Se o paciente estava internado e a operadora impede a transferência ao home care, consulte o material sobre negativa de internação, que explica como agir diante de recusas injustificadas durante a alta hospitalar.


Negativas comuns (e por que são abusivas)

  • “Não está no rol.” O rol é referência mínima; home care pode ser obrigatório mesmo fora dele.
  • “A família deve cuidar.” Cuidado técnico não pode ser transferido para familiares.
  • “Não há estrutura no domicílio.” A operadora deve orientar adequações, não negar.
  • “Só permitimos cuidador.” Cuidador não substitui equipe multidisciplinar.

Quando o paciente também utiliza medicamentos caros no contexto domiciliar, veja o guia sobre medicamentos de alto custo para entender como exigir continuidade do tratamento.


Documentos essenciais

Para acelerar a liberação do home care:

  • Relatório médico detalhado (CID, justificativa, riscos, necessidade de enfermagem)
  • Laudos e exames recentes
  • Plano terapêutico multiprofissional
  • Descrição completa da rotina de cuidados
  • Negativa formal da operadora

Esses documentos são a base de liminares que, em casos urgentes, podem ser concedidas em 24 a 48 horas.


Quando cabe liminar

A Justiça costuma conceder liminar quando:

  • Há risco de agravamento se o home care não for iniciado
  • A operadora distorce o conceito de internação
  • A negativa é genérica ou sem suporte técnico
  • O paciente depende de cuidados contínuos para sobreviver ou se recuperar

Se houve interrupção indevida, atraso na transferência ou dano resultante, pode haver responsabilidade civil. Em situações assim, veja o material sobre erro médico, que explica prazos, provas e indenização.


Conclusão

O home care não é um “benefício extra”, mas uma modalidade de internação prevista na legislação e amplamente reconhecida pelos tribunais.
Com relatório completo e estratégia jurídica adequada, é possível garantir o início ou restabelecimento do tratamento rapidamente.


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